REFLEXÃO REALISTA DO QUE PODE SER O FINAL DA VIDA DE MUITOS IDOSOS.
E AGORA? QUEM VAI CUIDAR DOS PAIS COM MAL DE ALZHEIMER? A vida é assim. Um casal se casa e constróí uma família com muitos filhos. Todos ficam adultos, cada um cuidando de suas vidas, com o lema de prosperar e aprovietar a vida. Os pais vão envelhecendo, e as doenças crônicas chegando, entre elas o assustador mal de Alzheimer, assunstador sim, pois é muito difícil cuidar de pessoas com essa doença. Ela transforma qualquer lar. O Idoso volta ser criança, mas com mais birras, muitas ficam agressivas por qualquer motivo. Todo lar tem suas regras, e o portador desta doença não sabe mais o que são regras, e para ele tudo pode, se sente livre para fazer o que quiser. Mas a memória falha, as vezes bem confusa, e isso o deixa vulnerável a acidentes, tombos, mexer onde há o perigo... Deseja coisas diferentes a todo momento, cobra atenção, é muito repetitivo e insistente. A noite vem a insônia, as andanças pela casa, muitas vezes choram e gritam como crianças. Mas são também carinhosos, alegres, amorosos. Vacilam muito de humor se for contrariado, pois em geral não aceita um não como resposta. Deseja é viver a vida e realizar coisas. Mudam de opinião e desejos em um segundo. Não se consegue deixar um idoso com Alzheimer quieto. Tudo pertence a ele, tudo é ele que faz se auto nomeia para tudo. E acusa o cuidador quando contrariado, reclamam de tudo... Entretanto alguns , são totalmente dependentes, já usam fraldas, não conseguem nem se locomover totalmente, mal conseguem comer sozinhos, alguns nem conseguem fazer mais nada... Cuidar de idoso com mal de Alzheimer não é tarefa fácil. POR OUTRO LADO, ele tem dias mais calmos também. VOLTANDO ao tema acima, chega uma hora que todos já estão estressados, é preciso revezar, um mês em cada casa de cada filho. Muitos não tem estrutura nenhuma para receber duas pessoas nestas condições, principalmente se já não tem saúde e já tem outro doente em casa para cuidar. Muitos nem os querem em suas casas e tem inúmeras desculpas. Outros ainda, por amor, tentam levar do jeito que dá. Tem um pouco mais de paciência e o amor fala mais alto. Ficar idoso nestas condições não é fácil, principalmente quando se já foi uma pessoa muito guerreira e ativa. Aliás, não é fácil envelhecer junto com os pais idosos. As forças já não são as mesmas, mas penso que cada um tem uma missão e cuidar de pais idosos também é uma missão, lembrando de tanto bem e amor que eles já fizeram, tanta dedicação deram aos filhos. Em alguns casos nem foram presentes, mas agora precisam dos filhos. Não há escapatória, muitos não pensam em alternativas e vão logo colocando-os em asilos, muitos não tem mesmo condições nenhuma de cuidar. São tantas as razões que levam a colocar um idoso num internato. Muitos idosos nem filhos tem, nem se casaram, envelhecem totalmente sozinhos. Por outro lado, ainda bem que há a profissão de cuidador e dá para ficar com o idoso em casa. Há tanta gente precisando trabalhar nem que seja por salário mínimo, que é o que muitos podem pagar, mas que vão ter ao lado uma pessoa de confiança para ajudar. De qualquer modo o piso salarial em muitos serviços é mesmo este, até em comércios e tantos outros. SOMOS DEPENDENTES DE ALGUMA MANEIRA ATÉ DOS SERVIÇOS DE OUTRAS PESSOAS, lembrando que compramos coisas que outros fabricam, usamos serviços de outros prestadores. E assim é a verdade e a realidade da vida humana. SOMOS TODOS UM. Chega um tempo em que a pessoa consegue enxergar isso mais claramente. Aqui na terra é uma grande escola, com muitos alunos juntos desempenhando papéis diferentes, mas ligados de alguma forma pela mesma CENTELHA DIVINA até a finitude, não há como escapar do que a vida vai apresentando, mas sim buscando soluções, enfrentando e superando cada fase com maestria. É SÓ ENCARAR A REALIDADE E SEGUIR EM FRENTE VIVENDO CADA DIA, tentando fazer o melhor que pode. VIVER NÃO É ESTAR EM UM PARQUE DE DIVERSÕES, alías sobra muito pouco tempo para diversões. Viver é trabalhar e cumprir uma missão, principalmente quando não se nasce rico. Cada um vai cumprindo o destino como ele se apresenta, com fé imbalável, para ajudar e ter forças nesta jornada. Feliz daquele que consegue envelhecer com saúde e com certa dependência, feliz daquele que consegue cuidar de si na velhice...Que Deus nos conceda uma velhice saudável, venturosa e uma boa morte. SÓ COM AMOR VENCEMOS E CUIDAMOS UM DO OUTRO, AMOR E EMPATIA ----------------------- Uma observação meio complexa de entender mas também que faz parte da vida do portador de Alzheimer. A maioria ainda em inicio da doença preferem ficar em suas casas. São apegados e não querem morar com ninguém. Uma solução viável é conseguir quem cuida deles (ajuda) e os filhos vão monitorando e visitando mesmo revezando, cuidando e respeitando os desejos da pessoa que ainda consegue de alguma maneira assimilar seu ambiente e o contexto. Perderam a cognição mas que são apegados ao lar e seus pertences. Um grande exemplo em família. Minha sogra sofreu de Alzheimer por mais de 10 anos, mas era apegada às suas coisas, e só pedia para ir embora. A SOLUÇAO foi contratar uma cuidadora para ficar durante o dia e ela dormia em nossas casas. Como morava pertinho a gente levava almoço ou pedia marmita. Ela tomava café da tarde e banho lá. Era uma briga na hora de buscar ela para dormir fora. Mas com o tempo foi acostumando. Viveu muitos anos assim feliz e morreu esse ano com 92 anos de COVID-19. Minha sogra era muito saudável fisicamente. A filha, minha cunhada está também com Alzheimer, e não gosta de sair de casa. Ficou viúva, e fica em casa com duas cuidadoras uma à noite e outra durante o dia. As filhas vem nos finais de semana e vão reversando. Está muito bem fisicamente e detesta sair de casa. Tem câmeras em casa, é monitorada e as cuidadoras são ótimas. Ficam mais para cuidar da casa, alimentação e de companhia. Se tirar ela da casa dela com certeza ela entra em depressão. Então há várias alternativas para cuidar da pessoa enquanto ela está bem fisicamente, dando qualidade de vida, mesmo simples, mas respeitando os desejos da pessoa mantendo-a com seus pertences, pois são muito apegados o que é normal, em seus lares e contextos, seus modos de vidas e suas manias. Vale lembrar que a maioria tem TOC, transtorno Obsessivo compulsivo, são cheios de manias, que devem ser respeitadas se não fazem mal para eles. A maioria dos casos que tenho observado são assim. Os filhos vão respeitando enquanto as limitações fisicas ainda são pequenas. Para que eles possam levar uma vida quanto mais normal possível, vivendo bem suas vidas, em seus lares, sendo monitorados, sem levar o idoso para um asilo. Isso não é abandonar, respeitar os desejos da pessoa se está bem fisicamente trás mais calma e saúde principalmente psicológica para eles. Entender as escolhas deles também pode fazer bem para todos envolvidos no contexto. Conheci uma senhora que tinha uma amiga que morava sozinha e pagava aluguel. A amiga foi morar com ela e contratou alguém para ajudar. A amiga cuidou até o fim quando a doença piorou em todos os sentidos, pois com o tempo ela pode trazer muitas limitações físicas graves para a pessoa. Meus pais são portadores de Alzheimer, minha mãe está bem fisicamente e com certa lucidez, meu pai na fase um pouco mais grave e não aceitam sair de sua casa, por enquanto duas irmãs mora com eles, com uma pessoa para ajudar. Minha mãe não dá trabalho mas tem suas manias. Meu pai já usa fralda e nem banho toma sozinho, mas ainda se locomove pela casa e quintal. Moram numa casa bem grande na zona rural . E não gostam de sair para nada. Cada caso é um caso. Eles sendo aposentados tem o próprio dinheiro para se manterem. No final do ano eles vem para cidade ficar uns 20 dias com cada filho. De novembro até final de fevereiro para que a irmã possa descansar um pouco. E assim a vida vai seguindo. Um dia de cada vez, sem pensar muito no futuro. Eles estão muito felizes na roça com muito espaço, animais, frutas, ar livre, e motivação pois amam o sítio. Odeiam ter que sair, quando isso acontece ficam surtados, mais confusos, e pedem para ir embora o tempo todo. Ficam ansiosos e com insônia, muitas vezes até agressivos. Eles não gostam de sair do ambiente deles, deixar suas coisas para trás, odeiam viajar. São receptivos, amorosos e amam a visitas dos filhos. São crianças agora, e tiveram uma vida muito ativa e trabalhosa. O importante agora é ter qualidade de vida e alegrias no pouco tempo que resta para eles. E receber todo amor que merecem. Norma Aparecida Silveira Moraes
Enviado por Norma Aparecida Silveira Moraes em 29/07/2021
Alterado em 30/07/2021 |