OBS:: GOSTO DE USAR M.A, PARA SIMPLIFICAR
ESTA CRÔNICA VISA Á QUALIDADE DE VIDA, AS DIFICULDADES SÃO IMENSURÁVEIS, E ESTÁ NUM TEXTO ANTES DESTE AQUI.
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Pensando nas pessoas que sofrem de Mal de Alzheimer (M.A)
Hoje escrevo sobre o M.A, refletindo o outro lado desta doença estigmatizada pelos comportamentos que elas trazem.
Olhando agora, pelo lado da pessoa que sofre este mal, é muito triste, uma doença muito conflitante, pois a pessoa em geral, nem sabe que sofre deste mal, a família não revela e nem gosta de falar sobre o problema, talvez por se tratar de demência ou doença da mente, que em alguns, pode causar até piques de loucura ou surtos.
Mas isso acontece, quando a pessoa não consegue lidar com o ambiente conflitante, ficando em dúvida sobre o certo ou errado, mesmo sabendo distinguir no início, o impulso de seus desejos é maior que todo o resto.
E como tem picos de lucidez, também muito grande, a pessoa fica confusa, se errou, já esqueceu, é onde o cuidador também se exaspera, a mudança de comportamento é constante. Ela se torna muito repetitiva, quando um assunto lhe interessa.
A pessoa com M.A, perde a cognição, esquece os conhecimentos didáticos que aprendeu, muito embora, em muitas pessoas exista alguns dos mais atuais. Mas ela tem suas lembranças e saudades muito grandes. E pode viver assim por muitos anos, convivendo perfeitamente com sua limitação. Por isso é muito importante deixar a pessoa fazer alguma atividade, para não perder de vez a cognição. Fazer jogos é muito bom, pois enquanto a pessoa pensa, acontece sinapses, e alguma renovação de neurônios, conservando a capacidade de assimilar e saber escolher, entender, e fazer algumas atividades como cuidar do próprio corpo, varrer um quintal, cuidar de um animal de estimação. Sempre há alguma coisa que vá atrair a atenção da pessoa. Deixar a pessoa ociosa demais causa irritabilidade, ansiedade, agitação, pois o ócio demais também trava ainda mais a memória, e a pessoa passa a agir como robô, e vai perdendo cada vez mais a capacidade de se movimentar, pensar e existir. A pessoa não pode perder o hábito de fazer alguma atividade, pois o cérebro acostuma com isso e vai ficando cada vez mais inativo e preguiçoso, voltando a atenção somente para seus desejos até mais primitivos.
O M.A, é perda de capacidade de raciocínio e cognição, mas não é o fim, até porque pessoas pode até começar a sofrer deste mal aos 45 anos, segundo pesquisas e viver até os 80, 90 anos ou até mais. Por isso é importante não tratar a pessoa como invalida de tudo. Privando-a até de cuidar sozinha de tomar banho, trocar de roupas. A pessoa vai se acomodar, e dar muito mais trabalho para o cuidador, pois vai exigir tudo nas mãos, a todo momento. Pode ficar exigente e querer dominar o ambiente.
A pessoa com M.A, é carinhosa, meiga, pode até ser muito solidária, se o próprio cuidador não a deixar transformar numa pessoa egoísta, fazendo todos os gostos. Ela precisa saber que tudo tem limite para o bem viver. Que a vida ainda tem suas regras, horários, etc.
Uma coisa que tenho observado, é que elas gostam muito de brincar com as crianças, (todos avós gostam), se identificam muito com elas, pois não vão receber criticas o tempo todo.
O mal de muitos cuidadores é exigirem que a pessoa faça tudo certo, que nunca erre, que seja obediente o tempo todo, se esquecendo que a pessoa conserva ainda seus gostos e um pouco de personalidade. Não precisa chamar atenção da pessoa o tempo todo. Muitos não gostam que a pessoa saia nem no quintal, tolhe demais os passos. É só ficar de olho, não muito em cima. Oferecer alguma atividade, pode ser jogos de montar, palavras cruzadas mais fáceis, caça palavras, desenhos, pinturas, uma atividade de artesanato, mesmo que a pessoa erra, deixar passar, o importante é deixá-la distraída e relaxada.
Se a pessoa gosta de TV, deixá-la assistir e, depois perguntar sobre o que ela viu ajuda muito a pessoa pensar, e se soltar, sentir feliz por poder conversar e falar de suas impressões.
Se tiver quintal, mexer na terra, cuidar das plantas, se tiver jeito, oferecer uma rede. Pessoas com M.A gostam de natureza, ficar vendo ou ouvindo os pássaros, gostam de animais, da liberdade. Gostam de se sentir importantes e com certa autonomia. Gostam de comer livremente o que sempre gostaram de comer, vestir o que sempre gostaram. Elas não perdem a vaidade, salvo quando a doença já está em estado muito avançado, em que a pessoa não consegue fazer mais nada, não conhece mais nada, e fica meio vegetativa. Mas enquanto isso não acontece, e pode até nem acontecer, e um dia morrer de outras doenças, é bom deixar a pessoa viver, claro que não poderá sair sozinha, mas poderá ter qualidade de vida satisfatória.
Quando passar para outra fase e ficar agressiva e exigente demais, com insônia, agitada, manipuladora (pode acontecer), aí sim, é preciso entrar com algum medicamento e cuidados médicos frequentes. Aí começa a grande luta, mas não estou tratando desse assunto nesta crónica, já fiz em outra.
O importante é cuidar da saúde da mente, para não agravar a doença, e estacionar por longo tempo.
Pessoas com M.A, precisam ingerir muita água, líquidos, vitaminas B12 com ácido fólico, vitamina D, Cloreto de Magnésio, Ômega 3, para manter os neurônios úmidos, normais, e não encolher, ressecar, fechar o cérebro. O idoso desidrata mais facilmente que uma pessoa normal, mesmo que ela não peça água, pois pode até esquecer de beber, ofereça sempre. Bom fazer exames de sangue para ver níveis de vitamina B12, vitamina D e magnésio, os geriatras já estão atentos em manter os níveis normais.
E bom lembrar que qualquer um de nós poderá padecer desta doença, mas vale também prevenir, cuidar da saúde cerebral, dos neurônios, do sistema nervoso. Ingerir sempre proteína, frutas e verduras, grãos e sucos naturais como de limão e laranja com vitamina C, ajudam também na saúde física e mental.
QUE DEUS NOS ABENÇOE COM SAÚDE, PARA VIVER UMA VELHICE FELIZ.
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MEUS PAIS ERAM IDOSOS SADIOS ATÉ DOIS ANOS ATRÁS, E DE REPENTE OS DOIS ESTÃO COM MLA DE ALZHEIMER, PRECISANDO MAIS DO QUE NUNCA DO NOSSO AMOR E PACIÊNCIA.
Enviado por Norma Aparecida Silveira Moraes em 13/09/2020
Alterado em 15/06/2022