TE METO A MÃO NA CARA...

               TE METO A MÃO NA CARA...

     Foi bem isto que ouvi hoje de uma mulher de uns trinta e poucos anos mais ou menos, na fila do açougue no Supermercado Davó, que frequento toda semana.
     Esta fulana chegou na fila atrás de mim, reclamando sem parar que a fila não andava, que estava com pressa, etc.
     De repente comecei a suar e com arritmia e tonteira. Estava tendo uma das minhas crises, e quando acontece isto tenho que tomar água depressa, para não cair ou desmaiar, então sai da fila um minutinho para pegar minha garrafinha de água que estava no carrinho ao lado, passei até debaixo daquela fita que fica separando as filas. Quando voltei para a fila, a mulher começou a gritar comigo dizendo que na frente dela eu não ia ficar, e que se eu teimasse ia me meter a mão na minha cara, bem assim. Ainda falei com ela que estava passando mal, e que só sai para pegar minha água, ela começou a gritar histérica que quem sai da fila perde o lugar, etc.
     Meu sangue ferveu. E falei com ela que ía sim ficar no meu lugar e que queria ver ela metendo a mão na minha cara, que ela ia apanhar também, pois ninguém nunca meteu a mão na minha cara, pois sempre tratei as pessoas com educação. Perguntei se ela não tinha educação, e se ela estava com tanta pressa e impaciente não deveria frequentar uma fila.
     Aí ela me disse que era para mim estar na fila dos velhos, e que os velhos são muito folgados, e que com ela, velho e ninguém folga não. Falei para ela, que eu ainda tinha 58 anos, e que ela devia respeitar mais as pessoas, e os velhos também. Ela disse que com ela ninguém falava alto, e que metia a mão na minha cara.
     Pois cheguei o dedo na cara dela, e falei para ela bater, dar o primeiro tapa, que eu não ia mais responder mais por mim. Estava já tremendo e acho que falei tão sério que a mulher resolveu deixar prá lá e sair da fila. Por um milésimo de segundo, não estaria duas mulheres se pegando dentro do supermercado, mas se ela batesse em minha cara, eu não queria nem saber aonde eu estava, não estava fazendo nada para uma desconhecida falar em me bater.
     Nunca falei isto para ninguém, fiquei depois imaginado o que seria das pessoas que conviviam com esta pessoa, que do nada fala em bater em outra. Eu podia até apanhar, mas ela também, pois fiquei descontrolada, e a raiva subiu mesmo. Ela soube me tirar do sério, sem educação nenhuma, para lidar com as pessoas, e eu estava passando mal, saí um minutinho só da fila. Comprei qualquer carne para não dar o braço a torcer e vim embora.
     Que mundo é este, gente, que violência é esta. Nunca discuti com ninguém em loja ou fila nenhuma. Que horror, tive que perder a classe, a educação também, mas ela me tirou do sério, falando que ia bater na minha cara. Nem meus pais me bateram, sempre fui educada, mas há momentos que até a educação some, para a gente não se rebaixar e sair apanhando do nada por aí. Dondoca mimada e sem educação, ela ainda vai ficar velha uai...agora dou risada, mas na hora, fiquei é muito séria kkkk
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     Dia seguinte e analisando estes fatos friamente.
09/12/17
Como pode um nervoso tão grande despertar o gatilho mais primitivo de auto defesa que temos, Fiquei totalmente sem controle.
     Quando a mulher disse que ia bater na minha cara do nada, se eu voltasse para a fila, para mim foi um susto, creio que entrei em choque, porque ela falava e gritava.
     Eu só tinha dado dois passos para o lado para pegar no carrinho minha garrafinha de água, já estava passando mal, cambaleando,
     Já estava nervosa porque estava passando mal e sozinha, meu esposo estava na fila dos frios, já tenho síndrome de pânico, algo de mêdo de ser agredida, não sei. Não estou acostumada com gritarias e ameaças. Em minha casa a gente conversa muito seja do que for, até de conflitos, quando não concordamos um com o outro, falamos francamente, mas gritar e falar em bater, para mim foi demais, e por uma pessoa mais nova do que eu, e que eu nem conhecia
     Um sentimento muito primitivo brotou em mim, e rompeu tudo o que era, sempre educada, agradecida, e paciente, amigável, brotou uma fera que eu nem conhecia. Apesar de que já agi assim por impulso num assalto, reagi e comecei a gritar, o ladrão correu de susto. Tentou roubar o carro de meu cunhado do meu lado. Meu cunhado tinha acabado de estacionar e saiu do carro para entre com minha cunhada em outro supernercado ao uns 5 anos atrás. O rapaz conseguiu abrir a porta e já estava tentando ligar o carro, paramos do ado do carro, vi a cena e comecei a gritar que aqule carro ela não ia levar...Fiquei histérica, e comecei a gritar com o bandido, que correu, porque pessoas vieram ver o que estava acontecendo.
     A GENTE SE comporta direito, procura viver na paz, na ética, na honestidade, e do nada sofre uma ameaça. Creio que o surto vem...Só mesmo Deus no comando para deter qualquer coisa ruim. Já pensou se a mulher fosse mesmo me bater, eu poderia revidar, depois quem sabe até passar mais mal, ter até um AVC, ou ferir e sair ferida. pois fiquei com dor no peito o dia todo, minha pressão subiu, tive vomitos... Agora agradeço a Deus porque uma luz evitou o pior, creio que foi um comentário do atendente, que falou alto, que coisa por causa de fila uma mulher ameça a outra, que só saiu um segundo, que lástima. Creio que foi isso que evitou o pior as testemunhas. E a tarde por coincidência encontrei com uma pessoa que estava na fila, num aniversário e ela disse, que viu tudo, tentou até ir atrás de mim, mas eu sai muito rápido e meu esposo se encontrou comigo, então ela ficou mais tranquila.
De qualquer modo, bater em mim ela não ía sem eu reagir.
As pessoas estão muito agressivas, até eu projetei a força do nervoso, talvez acumulado por tantos motivos que a gente vai engolindo nesta vida, tanta injustiça...
AGRADEÇO TANTO A DEUS POR EXISTIR, ME DEIXANDO PROVAR DA MELHOR IDADE, VER MINHA FAMÍLIA CRESCER .

A HISTÓRIA É VERDADEIRA MESMO, AINDA ESTOU TRAUMATIZADA COM FILAS.
OBRIGADO LEITORES AMIGOS
ESTÁ NA CATEGORIA BATUTAS DO RECANTO.
GRAÇAS AO CARINHO DE VOCÊS.
ESPERO QUE TODOS VOCÊS TAMBÉM ESTEJAM...
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Norma Aparecida Silveira Moraes

Enviado por Norma Aparecida Silveira Moraes em 08/12/2017
Alterado em 10/12/2017

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