DAS MENTIRAS QUE CONTEI (EC)

                    DAS MENTIRAS QUE CONTEI

     Um título muito bom para os políticos que fazem coisas erradas, mentem descaradamente para a população e acham que está conseguindo enrolar a todos. Nos bastidores políticos muita coisa acontece que não conseguimos saber a verdade, só sabemos o que a mídia interessa passar.
     Falando agora das mentiras que contei, muitas vezes que eu me lembre, temos que falar que uma pessoa está bem de saúde, mas que na verdade não está para não assustar uma pessoa que também é doente ou hipertensa. Para minha mãe mesmo. Só depois que passa o pior, que a melhora é que dou a notícia.
     Ela está lá em Minas com meu pai e são idosos, quando ficam sabendo de alguma notícia mais preocupante, trato logo de acalmar com uma mentira mais leve, pois não estamos lá para acudir e acalmá-los. Depois pessoalmente contamos de verdade o que se passou. Nós moramos aqui em São Paulo e de vez em quando, acontece coisas preocupantes, neste momento tenho que ter cautela para contar a notícia, sempre diminuindo um pouco a gravidade.
     Para minha sogra que tem Mal de Alzheimer, muitas vezes eu e meu esposo temos que mentir alguma coisa para ela, que exige mais do que podemos fazer ou atender. Ela reclama e quer remédio o dia inteiro e somos obrigados a falar que já demos toda hora que ela quer, já que remédios tem a hora certa, e ela nos irrita tanto na insistência, que passamos o dia mentindo para ela. Muitas vezes quer ir na casa das duas filhas e não podemos ir no momento. Infelizmente a mentira muitas vezes é um recurso terapêutico. Que considero nestes casos como uma “fantasia necessária”.
     Muitas vezes mentimos para dar um pouco de força e esperança para um doente conseguir ter força para o tratamento, no caso do câncer por exemplo, que nunca temos certeza do desfecho, a gente sempre fala que vai ficar bem. Há muitas mentiras piedosas na área da saúde. Na verdade falamos o que o paciente deseja saber. Mas na área psicológica aos poucos conto a verdade aos poucos, preparando o emocional, dependendo da pessoa, de uma só vez, com outras aos poucos.
     Nos setores da minha vida, sou muito sincera, prefiro ser franca, para não dizem que menti depois. Odeio mentiras e enrolação, aí é que fico mais com a pulga atrás da orelha. Como sou muito cismada não gosto de cismar ninguém e quando não posso falar a verdade me calo e guardo para mim. Tenho o hábito de falar o que penso, mesmo que tenha que repensar e voltar atrás quando percebo que me enganei. Não me importo de aprender novos conceitos e repensar alguma coisa que achava que tinha razão. Quantas vezes mentimos para um criança e até para nós mesmos, quando não conseguimos aceitar uma verdade muito dolorida, e negamos a verdade. Muitas vezes dizemos que uma pessoa está muito elegante, mas na verdade a pessoa está ridicula, mas não queremos magoa-la porque respeitamos gostos diferentes...MAS QUANDO É ASSUNTO SÉRIO, A VERDADE DEVE SER SEMPRE A PRIMEIRA A PRECALESCER.
     A MENTIRA TEM PERNAS CURTAS, A VERDADE UM DIA APARECE...É MELHOR CONVIVER COM A VERDADE MESMO QUE SEJA UMA MENTIRA MUITO SOFRIDA.
SOU O QUE SOU, QUEM GOSTA DE MIM ME ACEITA COMO SOU.

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Norma Aparecida Silveira Moraes

Enviado por Norma Aparecida Silveira Moraes em 22/05/2017
Alterado em 22/05/2017

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