HÁ PESSOAS QUE NASCERAM PARA OFENDER OUTRAS PESSOAS...
Li hoje a crônica de nossa amiga poetisa, Conceição Gomes, sobre a maneira que muitos se referirem aos IRMÃOS NORDESTINOS como vagabundos. É revoltante, mas há ouvi isso também muitas vezes, até em empresas grandes a gente ouve isto, até de mineiros e cariocas falam isto. Mas ninguém fala que os trabalhos mais pesados de “burros de carga” quem faz aqui em São Paulo geralmente são nordestinos e mineiros. E que eles ajudaram fazer estradas, construir prédios, fazer linhas férreas, cozinhando, lavando passando e muito mais. Já sofri muito bullying por ter vindo de fora também. Antigamente se referiam a mim como aquela que “come quieta”, e eu comia quieta sim, na minha, sem agredir, sem revidar mas trabalhando muito, enquanto muitos faziam corpo mole eu fazia com esmero o meu serviço. Quando recebei de meu gerente que eu seria a Líder de uma turma, foi um “auê dos infernos”. Muitos gostaram e ficaram do meu lado pois já me conheciam, mas pessoas que estava na empresa a mais de 10 anos não se conformavam. Muitas estavam lá por piedade mesmo pois eram uns sangue sugas, lógico muitos também trabalhavam e perceberam que eu tinha mais competência. No nordeste e até em Minas há sertões aonde muitos que moram na roça passam necessidades, principalmente quando a seca pega o campo, e não há como plantar, pois está tudo seco. Muitas pessoas pedem esmolas sim, nestas épocas. Passam fome de verdade. É muito fácil, quem tem um negócio próprio, tem um bom emprego, uma boa casa, sentar na zona de conforto e ficar julgando algo que não sentiu na pele. Julgar sem antes ter passado fome, frio, desconsolo, de protegidas e solitárias em suas casas. O primeiro a chamar os brasileiros em público foi ex presidente FHC que era professor antes de ser político e não passou fome na seca do nordeste. Para chamarmos o outro de vagabundo, no mínimo temos que conhecer o ambiente, o contexto em que se vive o outro, suas condições de vida, seu habitat. Já passei muita fome em minha terra, se lá tivesse tanto emprego e modo de sobreviver, eu não estaria aqui em São Paulo, assim como muitos irmãos nordestinos. Norma Aparecida Silveira Moraes
Enviado por Norma Aparecida Silveira Moraes em 26/02/2017
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