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 A briga por causa de cemitério continua...
Minha mãe tem me ligado ultimamente de Paiva em Minas Gerais, para falar da “nova casa” que está construindo. Ela comprou uma sepultura e está fazendo um belo túmulo, assim conta toda entusiasmada. Diz que é para quando ela e papai morrerem a gente não ter outras preocupações com o enterro. E ela deseja ser enterrada na cidade que fez sua vida e, que leva o sobrenome de sua família. Pois bem, o problema é que está uma briga entre ela e meu pai, ele, que não quer que coloca o sobrenome Silveira no túmulo, somente o da minha mãe que é Paiva. E tem mais, disse que não vai ser enterrado neste túmulo de jeito nenhum, e que deseja ser enterrado em outra cidade, aonde seus pais foram enterrados. Minha mãe bate o pé e disse que ele vai ser enterrado com ela, e que se ele morrer primeiro, vai ser enterrado em Paiva. Estão agora os dois sempre discutindo por causa do enterro deles, ele com rixa com a família Paiva e falando que só quer ser enterrado aonde é o túmulo da família Silveira, em Oliveira Fortes. Agora, nós filhos não sabemos o que fazer, ele disse que não morre antes da mamãe de jeito nenhum, como se ele determinasse o dia da morte, e ela querendo ficar junto dele no túmulo tão caprichado que ela construiu com sacrifício de seus dois salários mínimos, que recebe por ter aposentado como professora. (risos) Eles tem duas casas, um belo sítio e a casa da cidade. Ela gosta de ficar mais na cidade, por causa da igreja e posto de saúde. Ele na roça por causa dos cavalos, vaquinhas, galinhas, gatos cachorros, perus e suas hortas e rocinhas. Gosta de ver os pássaros e beleza da natureza de seus animais. De vez em quando os dois ficam um pouco juntos na roça ou na cidade, mas meu pai mal consegue ficar um dia na cidade. Minha mãe, fica na cidade também, por causa de seus problemas de saúde. E a briga vai continuar e, que Deus nos abençoe, e proteja este casal de velhinhos adoráveis, mas teimosos como uma mula. E contam os mais antigos, que os dois sempre arrumam um motivo para teimosia, a mais de sessenta anos, desde que se casaram. Se fosse hoje creio que já tinham se separado definitivamente, mas os dois falam, falam, embirram, emburram, empacam, e nos deixam loucos (risos). A gente escuta, escuta, neutros, as vezes precisamos intervir, aconselhar (risos), e vida continua... Eu como filha mais velha, fico no meio deste "dilema", não quero também, que eles morrem antes mim, apesar dela dizer que temos lugar garantido nesta nova casa dela...  Norma Aparecida Silveira Moraes
Enviado por Norma Aparecida Silveira Moraes em 07/07/2016
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