QUE DEUS ABENÇOE O TRABALHADOR

                  QUE DEUA ABENÇOE O TRABALHADOR
     Dependemos do trabalhador desde o dia que amanhece quando tomamos o nosso café com o pão de cada dia, até o anoitecer quando tomamos nossa ceia, assistimos nossa TV sentados confortavelmente na sala e depois vamos para o quarto dormir em nossa cama macia e quente.      Nesta jornada do dia, dependemos de inúmeros trabalhadores. Enumerando alguns, já começamos com o padeiro, leiteiro para quem pode comprar o leite e manteiga, depois pense na indústria que fez o copo, a garrafa térmica, chaleira, naquele que fez a sua casa, o esgoto.
     Então vem o agricultor que plantou a cana, o que fez o açúcar ou adoçante, no que cultivou o café...O dia passa é já escutamos crianças passando para a escola com seus filhos, lembramos só neste contexto da professora, merendeira, diretora e demais funcionários da escola, além é claro da dona de casa. Andando mais um pouco passamos perto do hospital, com seus médicos, atendentes e demais funcionários. Naqueles que trabalham nas empresas farmacêuticas, de limpeza, radiologias, engenheiros, dentistas, etc.
     Andando um pouco mais vemos a loja de carros, a padaria, supermercado, construção, lojas de roupas, tintas, sapataria, mecânica, manicure, até o carrinho de pipoca, a lanchonete, livraria...Nos deparamos também com o jornaleiro, o cartório, bancos, inúmeras lojas enfim, de inúmeros artigos.
      A nossa vida gira em uma engrenagem perfeita formada pelo homem trabalhador, uns dependentes do outro. E acredite, ainda existe ser humano que abre a boca para falar que não depende de ninguém. Que trabalha, é independente e coisa e tal. Mas de que adianta esta independência toda se o dinheiro dela não servir para nada, se não tiver nada para comprar e bancar suas necessidades. Dependemos de todos, neste mundo circundante, de acordo com a maneira de existir e se colocar no mundo de cada um. Vale lembrar a casa que moramos, dependemos de tantos tipos de trabalhadores a começar de quem fabricou o tijolo, buscou a areia...Isto dentro de nossos lares, imagine lá fora, aonde a vida corre dinâmica e agitada. Pense nisto.
    Eu mesma agora estou aposentada dentro de casa cuidando da casa, mas ainda sim trabalhadora. Mas já fui professora, trabalhei em indústria química, e indústria que fabrica linhas e tecidos. Já fui operária, e sei bem, o que é a vida do operário, correndo em volta de uma máquina operando-a sem ter tempo de ir ao banheiro, com apenas meia hora, para almoçar correndo, ir ao banheiro e voltar para o segundo turno, isto quando não somos obrigados a ficar em hora extras até as 22: 00 horas.
     O trabalhador é um sofredor aqui no Brasil, aonde o salário muitas vezes não condiz, é muito injusto e mal repartido. A começar na indústria aonde nem sempre aquele que gira a produção, que dá lucro ao patrão tem o seu salário justo, e ainda são discriminados e chamados preconceituosamente de “peões “.
     Numa indústria tudo é separado, os peões não podem se misturar com o povo do escritório pois podem sujas suas roupas. Não estou falando daquele executivo que precisa estar bem apresentado, mas daquele até que é um simples ajudante, “peão de escritório”.
     Relatando um exemplo pessoal de uma multinacional aonde trabalhei por dez anos. Meu atual esposo sempre trabalhou em escritório e eu em laboratório, mas ele ficava tão sem jeito com esta diferença de tratamento que passou a almoçar comigo no restaurante dos peões aonde se come de bandejão mesmo. Nem todos conseguiam sentir à vontade com esta diferença, já outros riam da gente, debochava... estou relatando isto para o leitor ver como há injustiça dentro das próprias fabricas, com comidas diferentes, e tratamento também diferenciado, para aquele que veste o uniforme e luta para ter produção, deixando o suor escorrer em cima da máquina, enquanto outros tem refrigerantes, ventiladores, e ainda exigem sem nenhuma compreensão, se sua mesa não tiver do jeito que ele gosta, obrigando aquele que limpa memorizar até os gostos pessoais.
     Nem todos são assim mas a maioria, projetam suas raivas nos faxineiros. Já fui encarregada líder de faxina e sei bem como é isto. É o maior projetando suas desilusões, maledicências em pobres inocentes que nem tem tempo para fazer fofocas, tal o rumo corrido que se é numa área de produção de uma indústria. A rádio peão só se reúne para tentar ganhar um pouco mais a cada ano.
     Sei que serão poucos os leitores que irão até o fim deste artigo, mas quero aqui deixar uma parte de minha experiência de vida de trabalhadora neste dia tão sagrado. Que Deus abençoe e proteja o trabalhador que apesar de tanta luta, ama o seu trabalho, e só sai do trabalho se aposentar ou ficar doente como foi o meu caso.
     E agradeço a Deus por ter me dado a experiência de trabalhar em vários segmentos para saber e poder avaliar, com prática e não só imaginação ou teoria. Já trabalhei na roça, quando jovem, fui professora por oito anos e, vim para São Paulo e trabalhei como temporária numa indústria de linha, como operadora de máquina, depois em outra indústrai quimica como ajudante de laboratório e lider de limpeza. Nesta última grande multinacional por dez anos, até ficar com cancer e depressão e ser aposentada....
SALVE O DIA DO TRABALHADOR. SALVE! SALVE

Norma Aparecida Silveira Moraes

Enviado por Norma Aparecida Silveira Moraes em 01/05/2015
Alterado em 01/05/2015

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