" *** SOMOS O QUE ACREDITAMOS E O QUE PENSAMOS, POIS O PENSAMENTO E A PALAVRA SÃO VERBOS.***"

Norma Silveira Moraes  Poesias e C&A

ENERGIA POSITIVA, PAZ E LUZ...

"Muitas Bênçãos de Deus A TODOS."
Textos


TRADIÇÃO DO SÁBADO DE ALELUIA
 
     Há alguns anos atrás uns trinta e sete ou mais, eu morava em Oliveira Fortes ou em Paiva, pois já morei nas duas cidades.
      Gostava de assistir todas festas da Semana Santa, desde o Domingo de Ramos até o Sábado de Aleluia que era então a alegria do povo, a descontração despois das festividades tristes e solenes de muito respeito e amor da semana inteira
     Pois bem, vou contar mais precisamente do Sábado de Aleluia onde as festividades começavam cedinho, com a criançada arrastando bonecos de pano pelas pequenas cidades, pedindo balas. Além dos comerciantes muitas pessoas compravam pacotes de balas e deixavam para esta hora. Eu mesma sempre tinha o meu pacote de bala e cada grupo de crianças e adolescentes que passavam jogava um punhado de balas. Afinal era o dia da alegria.
     O que mais me encantava era o que acontecia na praça da cidade antes do meio dia. Na véspera os festeiros pegavam objetos de muitas casas e ajuntava-os na praça num canto, com os endereços é claro, e por volta das dez horas os moradores iam para a praça ver malhar o Judas que se encontrava pregado numa cruz. E a cada malhada tinha uma brincadeira de fatos e boatos sobre os políticos, fazendeiros e demais pessoas bem conhecidas por todos, como comerciantes, barbeiro, costureira, diretora da única escola, algumas professoras...Era tudo invenção bem humorada e a cada invenção o povo gritava (uuuuuu) e um dos festeiros dava uma paulada no Judas da Praça. No final botavam fogo no Judas, e entregavam os pertences “roubados” das pessoas.
     Quantas vezes meu ex sogro procurava a carroça para levar leite no ponto do caminhão, e não achava. Até o carro levaram uma vez e ninguém escutava nada. Nesta época eu morava com eles, pois tinha casado com quinze anos e meu esposo tinha dezoito, não tínhamos condições de ter nossa casa ainda. Até uma calça jeans do varal e um par de botas levaram e a bicicleta, até o cavalo da carroça. Cada ano levavam coisas diferentes.
     Na cidade ninguém se ofendia e quando sumia alguma coisa já corriam na praça ou local do evento. Era muita festa e risada, alguns ficavam nervosos por causa da brincadeira de fatos e boatos, mas passava.
     Para completar o Sábado de Aleluia, á noite sempre havia baile em muitas casas além da cidade. Os bailes eram de sanfonas, violas, cavaquinhos e violão (arrasta-pé). Era uma animação que só. Já no domingo era aquele almoço bom, depois da missa ou aquela preguiça e dormideira o dia inteiro.
     Lembranças boas que tirei do meu baú de saudades da alma. Quanta saudade daquele tempo! Que saudade!



 
Norma Aparecida Silveira Moraes
Enviado por Norma Aparecida Silveira Moraes em 04/04/2015
Alterado em 04/04/2015
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